Uncategorized

Gisele De Santi

Gisele De Santi pode até ser só uma menina, como canta em História da Menininha, mas uma audição mais atenta logo nos faz duvidar. Em seu disco de estreia, financiado pelo FUMPROARTE, Gisele revela-se cantora e compositora de segurança e maturidade notáveis, especialmente se considerarmos seus escassos 25 anos de idade. Sua trajetória, porém, começou bem mais cedo.
Aos 14 anos de idade, compôs Outono, sua primeira canção, que descreve o fim de um romance de verão: “o outono vai chegar e esfriar, a minha mágoa o vento vai carregar”. Já nesse momento, a personalidade de Gisele começava a se definir, com indicações de seu gosto pelo “frio” e de seu espírito melancólico, que não tardariam a aparecer de forma mais explícita em futuras composições: “você querendo só canção e eu inventei um estilo, você arrasou meu quarteirão e eu construindo um edifício”. Na época, Gisele já cantava em bares de Porto Alegre, cidade onde nasceu e cresceu. Com o passar do tempo, começou a mostrar seu repertório autoral, atraindo a atenção do público, que passou a pedir por um registro.
Gisele De Santi é, também, o nome desse primeiro registro, produzido por Gilberto Ribeiro Jr., coproduzidopor Fabricio Gambogi e pós-produzido por Leo Bracht. As composições, todas autorais, passeiam pelos mais diversos estilos: bossa-nova, blues, jazz, chamamé, samba-rock, embora nunca de forma exatamente tradicional, muito mais como se retrabalhasse o gênero de forma pessoal.
Outra característica que chama a atenção em seu trabalho é o flerte com a metalinguagem. Intérprete essencialmente intimista e delicada, Gisele canta, por exemplo, que “a bossa era linda e acabou, entenda, eu quero rock ‘n roll”; “me quedo en el sur se chama-me assim”; “por você eu faço rocks”; “eu e você, tava gravado, em doze faixas que falam de amor”. Doze faixas que, por coincidência ou não, compreendem o mesmo número de faixas de seu disco. E, claro, todas falam de amor.
O disco teve lançamento também no Japão, em dezembro de 2011, pelo selo Disques Dessinee.
Não à toa, disco e cantora foram reconhecidos na edição de 2010 do Prêmio Açorianos, premiados nas categorias intérprete e revelação, além de receber indicações a melhor compositor e melhor disco do ano de MPB. Gisele estreia como promessa já estabelecida, pronta para construir sua história, e, sobretudo, mais música. Que assim seja. (Por Moisés Westphalen)
“Um repertório bem amarrado e bem produzido, com uma diversidade que a cantora atribui à própria natureza da música brasileira” (Luís Bíssigo)
“Com uma bela voz em interpretações seguras de jazz, bossa nova e samba-rock, num disco cheio de bons arranjos” (Nelson Mota)
“Candidata certa ao prêmio revelação do ano” “(!) Tem uma voz moderna, colorida, afinadíssima. O album já a coloca no patamar de cantoras novas como Céu, Roberta Sá, Luísa Maita” (Juarez Fonseca)




Gisele de Santi

01 Chama-me
02 História da menininha
03 Morena branca
04 Mais uma
05 Disco duplo
06 E eu
07 Outono
08 Há milênios
09 Quinhão
10 Entenda
11 Por aqui
12 Canção do sol

Deixe um comentário